Belo Horizonte, 16 de setembro de 2016
Querida Andreza
Nós, Priscila e Letícia do sexto ano A, vamos acordar três palavras, que não podem ser esquecidas:
Empatia, necessitamos dela porque sem ela cada um seria uma ilha.Sem pensar nos outros e nem se por no lugar deles.
Respeito, necessitamos dele pois sem ele haveriam guerras no mundo inteiro. Necessitamos dele para a convivência e para a palavra bondade existir
Amor, necessitamos dele pois sem ele nenhuma das palavras anteriores existiriam. E o mundo não teria paz, nem bondade nem alegria.
Escreva sua carta também!
Abraços,
de Priscila e Letícia.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2016
Belo Horizonte,16 de setembro de 2016
Querida Jacqueline
Nós, Priscila e Letícia, alunas do sexto ano A vamos acordar três palavras que não podem ser esquecidas:
Empatia, necessitamos dela pois sem ela não tem como conseguir pensar nos outros. Sem ela cada um só pensaria em si mesmo, e não se colocaria no lugar dos outros.
Respeito, necessitamos dele pois sem ele haveriam guerras no mundo inteiro.Necessitamos dele para convivência e para a palavra bondade existir.
Amor, necessitamos dele, pois sem ele, nenhuma das palavrs anteriores existiriam. e o mundo não teria paz nem a bondade e nem a alegria.
Escreva também a sua carta!
Abraços
De Priscila e Letícia!
Querida Jacqueline
Nós, Priscila e Letícia, alunas do sexto ano A vamos acordar três palavras que não podem ser esquecidas:
Empatia, necessitamos dela pois sem ela não tem como conseguir pensar nos outros. Sem ela cada um só pensaria em si mesmo, e não se colocaria no lugar dos outros.
Respeito, necessitamos dele pois sem ele haveriam guerras no mundo inteiro.Necessitamos dele para convivência e para a palavra bondade existir.
Amor, necessitamos dele, pois sem ele, nenhuma das palavrs anteriores existiriam. e o mundo não teria paz nem a bondade e nem a alegria.
Escreva também a sua carta!
Abraços
De Priscila e Letícia!
quinta-feira, 15 de setembro de 2016
Estória da minha vida
Em 2013 meus primos foram para Guarapari e ficaram na minha casa de praia. Foi legal porque só fizemos isso quando eu tinha dois anos.
Foi legal. Estávamos jogando "UNO" quando meu tio pulou a janela, dependurou na grade uma sacola e falou que era um fantasma . Comecei a chorar e meu primo Augusto também;e os meus primos Bruno e Ana Cristina foram ver e descobriram que era uma sacola, começamos a rir e voltamos a jogar.
Depois da janta, Bruno e Augusto tiveram uma briga que vez com que Augusto chutasse a bariga de Bruno. Na mesma hora Bruno começou a chorar e os pais deles o levaram ao medico.
Descobriram que um orgam de Bruno tinha saído do lugar. Então, no sequinte, eles eles foram embora e assim acabou as ferias com meus primos.
FIM
segunda-feira, 29 de agosto de 2016
Alucinado som de tuba
O livro "Alucinado som de tuba", escrito por Frei Betto e publicado pela Editora Ática, conta, em 117 páginas, a história de um menino pobre chamado Nemo.
O garoto vivia em um barraco com a família, até o dia em que receberam uma ordem de despejo. O pai, inconformado com aquela situação, tentou impedir que a casa fosse derrubada e acabou sendo preso por desacato.
O lar deles foi destruído e, em meio aos escombros, a única peça que Nemo conseguiu recuperar foi o bocal da tuba que o pai vivia tocando. O garoto, acompanhado de seus irmãos e de sua mãe, partiu de cadeia em cadeia em busca do pai preso.
Em um desses lugares, Nemo também acabou detido e foi jogando em uma cela com outros adolescentes. Desde então, ele perdeu contato com a mãe e com os irmãos.
O protagonista conseguiu fugir da prisão com os demais meninos e fez amizade com um deles: Banana. O novo companheiro lhe apresentou outras crianças que viviam na rua, como Letícia (filha de uma prostituta) e Panqueca (um garotinho magricela). Nemo se juntou ao bando.
O grupo contava com a proteção de Senhor Nicolau, um homem mais velho viciado em relógios. Ele morava em uma casa cheia de "controladores do tempo" e sempre convidava os pequenos para o lanche. Apesar de não concordar com os roubos que as crianças cometiam por necessidade, Nicolau era um porto seguro quando a situação apertava.
Entre furtos, confusões e saudade, o leitor é apresentado a personagens incríveis como a travesti Cleópatra, que cuida, em casa, de pessoas marginalizadas doentes que não recebem tratamento em hospitais. O livro é voltado para o público jovem e desenvolve temas como AIDS, criminalidade, menores infratores, transexualidade, loucura e abuso de poder policial.
O garoto vivia em um barraco com a família, até o dia em que receberam uma ordem de despejo. O pai, inconformado com aquela situação, tentou impedir que a casa fosse derrubada e acabou sendo preso por desacato.
O lar deles foi destruído e, em meio aos escombros, a única peça que Nemo conseguiu recuperar foi o bocal da tuba que o pai vivia tocando. O garoto, acompanhado de seus irmãos e de sua mãe, partiu de cadeia em cadeia em busca do pai preso.
Em um desses lugares, Nemo também acabou detido e foi jogando em uma cela com outros adolescentes. Desde então, ele perdeu contato com a mãe e com os irmãos.
O protagonista conseguiu fugir da prisão com os demais meninos e fez amizade com um deles: Banana. O novo companheiro lhe apresentou outras crianças que viviam na rua, como Letícia (filha de uma prostituta) e Panqueca (um garotinho magricela). Nemo se juntou ao bando.
O grupo contava com a proteção de Senhor Nicolau, um homem mais velho viciado em relógios. Ele morava em uma casa cheia de "controladores do tempo" e sempre convidava os pequenos para o lanche. Apesar de não concordar com os roubos que as crianças cometiam por necessidade, Nicolau era um porto seguro quando a situação apertava.
Entre furtos, confusões e saudade, o leitor é apresentado a personagens incríveis como a travesti Cleópatra, que cuida, em casa, de pessoas marginalizadas doentes que não recebem tratamento em hospitais. O livro é voltado para o público jovem e desenvolve temas como AIDS, criminalidade, menores infratores, transexualidade, loucura e abuso de poder policial.
terça-feira, 16 de agosto de 2016
Julio Emilio Braz
Julio Emilio Braz nasceu em 16 deabril de 1959, na pequena cidade de Manhumirim,aos pés da Serra de Caparaó.cidade que adotou como lar.Aos cinco anos mudou-se para o Rio de Janeiro,É considerado um autodidata, aprendendoas coisas com extrema facilidade. Adquiriu o hábitode leitura aos seis anos.para histórias em quadrinhos, publicadas no Brasil,Iniciou sua carreira como escritor de roteirosEm 1988 recebeu o Prêmio Jabuti pela publicaçãoPortugal, Bélgica, França, Cuba e EUA. Já publicou mais de cem títulos.Os Trapalhões, da TV Globo, e algumas mininovelasde seu primeiro livro infanto-juvenil: SAGUAIRU. Em 1990 escreveu roteiros para o programaversão alemã do livro CRIANÇAS NApara a televisão do Paraguai. Em 1997 ganhou o Austrian Children Book Award, na Áustria, pelaESCURIDÃO (Kinder im Dulkern) e o Blue Cobra
Award, no Swiss Institute for Children’s Book.
sexta-feira, 3 de junho de 2016
segunda-feira, 2 de maio de 2016
O batizado da bruxinha
A cozinheira perdeu o marido e tinha uma filha de oito anos para criar. Pediu que aceitássemos a menina como dependente. No primeira domingo em nossa casa, a tarde era chuvosa e triste como num conto de Dickens. Ela começou a chorar na orfandade recente. Não sabíamos o que fazer para consolar a garota.
O pai dormira após o almoço e, ao acordar, fez o que mais gostava de fazer: tomou providências. Amenina tinha como único brinquedo uma bruxinha de pano, desengonçada e triste como ela. O pai perguntou se a bruxinha já tinha sido batizada. Não. Era pagã, como todas as bruxinhas.
Botou então agente para cortar o papel fino colorido e fez fileiras de bandeirinhas de festa junina, com elas enfeitou as salas de visita e de jantar. Foi na dispensa, apanhou uma lata de goiabada em tabletes e pulverizou neles uma mistura de canela e açúcar cristalizado. Fez pequeninas rodelas de papelão de diversas cores, passou-as num palito, espetando-o naquilo que chamou de "magesto canapé de goiabada". Espremeu dúzias de limão, acrescentou um pouco de vinho tinto de garrafão, obtendo uma sangria igualmente majestosa. Ficou uma delícia.
Pegou um vestido preto que minha mãe usara quando perdera uma irmã e adotara luto fechado, mais tarde aliviado, como era de costume na época. Vestido de padre, com o livro encadernado de Eça na mão, fazendo papel de missal, tanto a mãe como a madrinha, meu irmão mais velho como padrinho e eu como sacristão, o pai batizou a bruxinha em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Obrigou o meu irmão a renunciar por ela o Diabo, o Mundo e a carne. Depois deu início à comilança, reforçada à última hora por uma caixa de bombons que ele guardara para nos dar na Páscoa que se aproximava.
De olhos arregalados, a menina parou de chorar e olhava para o pai com espanto maior do que a sua dor.
quarta-feira, 13 de abril de 2016
SEMANA LITERÁRIA
Do dia 4 ao dia 9 de abril, na minha escola, tivemos a semana literária que é um evento que vende livros, recebe cantores e escritores.
No sábado, dia do encerramento, tivemos a oportunidade de ver o show do Rubinho do Vale e, na terça-feira, eu e minha do turma 6º ano A apresentamos poemas de Manoel de Barros. O 6º ano B se apresentou na quinta-feira, com os mesmos textos que a minha turma tinha.
Eu apresentei dois textos: "Teologia do traste", com minha amiga Isabel, e "Garça", sozinha.
Tivemos palestras de alguns escritores dentre eles, o pai de um aluno do 6º ano B.
Outras turmas foram se apresentar na nossa sala e em outras também e também houve apresentações no auditório e na quadra coberta.
Foi muito legal!
Eu agradeço à minha professora de português Maria de Lourdes que dirigiu, a minha professora de matemática Patrícia, que filmou tudo e aos meus colegas, que se apresentaram comigo e que fizeram uma apresentação linda!
terça-feira, 12 de abril de 2016
Tralho de historia
e português
" Lembranças mais antigas eram as de Maria Dias, que cheguei a conhecer. Ela era pequenininha, preta como as asas da graúna, de gestos calmos e voz mansa. Todos diziam que ela era muito, muito velha. Não devia ser tanto assim, naqueles tempos as pessoas assumiam sua velhice muito cedo. Tinha sido escrava, e lamento tanto que não podido compreender, muito menino, o que isso significava pra poder conversar com ela e fazer um monte de perguntas que não fiz. Nem ela, aos meus avós, nem aos meus pais.A gente precisa conversar muito com os pais e com os avós, fazer perguntas, ir atrás das respostas.
Quando Maria Dias morreu, eu ainda era muito pequenino e nenhuma das minhas irmãs havia nascido. "
Livro: "Os meninos morenos"
Trecho retirado da pág. 19
Minha historia
Na minha infância, cheguei a conhecer minha tia-avó Hosana, mais conhecida por todos pelo apelido de "Dodida" lembro-me que ela era engraçada, divertida e vivia contando mil historias sempre que a família se reunia. Ela viveu por 73 anos e já faz 2 anos que ela morreu.
Também penso que, enquanto estava viva, deveria ter-lhe feito muitas perguntas relacionadas à história da minha família materna, e ir atrás das respostas.
lembro-me dela com muitas saudades e fico feliz em ter as lembranças na minha memória sobre ela e espero não me esqueçer pelo decorrer da minha vida.
segunda-feira, 28 de março de 2016
Manoel de barros
Manoel Wenceslau Leite de Barros nasceu em Cuiab?(MT) no Beco da Marinha, beira do Rio Cuiab? em 19 de dezembro de 1916, filho de João Venceslau Barros, capataz com influência naquela região. Mudou-se para Corumb?(MS), onde se fixou de tal forma que chegou a ser considerado corumbaense. Atualmente mora em Campo Grande (MS). ? advogado, fazendeiro e poeta.Tinha um ano de idade quando o pai decidiu fundar fazenda com a família no Pantanal: construir rancho, cercar terras, amansar gado selvagem. Nequinho, como era chamado carinhosamente pelos familiares, cresceu brincando no terreiro em frente ?casa, p?no chão, entre os currais e as coisas "desimportantes" que marcariam sua obra para sempre. "Ali o que eu tinha era ver os movimentos, a atrapalhação das formigas, caramujos, lagartixas. Era o apogeu do chão e do pequeno."
Com oito anos foi para o colégio interno em Campo Grande, e depois no Rio de Janeiro. Não gostava de estudar at?descobrir os livros do padre Antônio Vieira: "A frase para ele era mais importante que a verdade, mais importante que a sua própria f? O que importava era a estética, o alcance plástico. Foi quando percebi que o poeta não tem compromisso com a verdade, mas com a verossimilhança." Um bom exemplo disso est?num verso de Manoel que afirma que "a quinze metros do arco-íris o sol ?cheiroso." E quem pode garantir que não ? "Descobri que servia era pra aquilo: Ter orgasmo com as palavras." Dez anos de internato lhe ensinaram a disciplina e os clássicos a rebeldia da escrita.
Mas o sentido total de liberdade veio com "Une Saison en Enfer" de Arthur Rimbaud (1854-1871), logo que deixou o colégio. Foi quando soube que o poeta podia misturar todos os sentidos. Conheceu pessoas engajadas na política, leu Marx e entrou para a Juventude Comunista. Seu primeiro livro, aos 18 anos, não foi publicado, mas salvou-o da prisão. Havia pichado "Viva o comunismo" numa estátua, e a polícia foi busc?lo na pensão onde morava. A dona da pensão pediu para não levar o menino, que havia at?escrito um livro. O policial pediu para ver, e viu o título: "Nossa Senhora de Minha Escuridão". Deixou o menino e levou a brochura, único exemplar que o poeta perdeu para ganhar a liberdade.
Quando seu líder Luiz Carlos Prestes foi solto, depois de dez anos de prisão,Manoel esperava que ele tomasse uma atitude contra o que os jornais comunistas chamavam de "o governo assassino de Getúlio Vargas." Foi, ansioso, ouvi-lo no Largo do Machado, no Rio. E nunca mais se esqueceu: "Quando escutei o discurso apoiando Getúlio — o mesmo Getúlio que havia entregue sua mulher, Olga Benário, aos nazistas — não agüentei. Sentei na calçada e chorei. Sa?andando sem rumo, desconsolado. Rompi definitivamente com o Partido e fui para o Pantanal".
Mas a idéia de l?se fixar e se tornar fazendeiro ainda não havia se consolidado no poeta. Seu pai quis lhe arranjar um cartório, mas ele preferiu passar uns tempos na Bolívia e no Peru, "tomando pinga de milho". De l?foi direto para Nova York, onde morou um ano. Fez curso sobre cinema e sobre pintura no Museu de Arte Moderna. Pintores como Picasso, Chagall, Mir? Van Gogh, Braque reforçavam seu sentido de liberdade. Entendeu então que a arte moderna veio resgatar a diferença, permitindo que "uma árvore não seja mais apenas um retrato fiel da natureza: pode ser fustigada por vendavais ou exuberante como um sorriso de noiva" e percebeu que "os delírios são reais em Guernica, de Picasso". Sua poesia j?se alimentava de imagens, de quadros e de filmes. Chaplin o encanta por sua despreocupação com a linearidade. Para Manoel, os poetas da imagem são Federico Fellini, Akira Kurosawa, Luis Buñuel ("no qual as evidências não interessam") e, entre os mais novos, o americano Jim Jarmusch. At?hoje se confessa um "...'vedor' de cinema. Mas numa tela grande, sala escura e gente quieta do meu lado".
Voltando ao Brasil, o advogado Manoel de Barros conheceu a mineira Stella no Rio de Janeiro e se casaram em três meses. No começo do namoro a família dela — mineira — se preocupou com aquele rapaz cabeludo que vivia com um casaco enorme trazido de Nova York e que sempre se esquecia de trazer dinheiro no bolso. Mas, naquela época, Stella j?entendia a falta de senso prático do noivo poeta. Por isso, at?hoje Manoel a chama de "guia de cego". Stella o desmente: "Ele sempre administrou muito bem o que recebeu." E continuam apaixonados, morando em Campo Grande (MS). Têm três filhos, Pedro, João e Marta (que fez a ilustração da capa da 2a. edição do "Livro das pr?coisas") e sete netos.
Escreveu seu primeiro poema aos 19 anos, mas sua revelação poética ocorreu aos 13 anos de idade quando ainda estudava no Colégio São Jos?dos Irmãos Maristas, no Rio de Janeiro, cidade onde residiu at? terminar seu curso de Direito, em 1949. Como j?foi dito, mais tarde tornou-se fazendeiro e assumiu de vez o Pantanal.
Seu primeiro livro foi publicado no Rio de Janeiro, h?mais de sessenta anos, e se chamou "Poemas concebidos sem pecado". Foi feito artesanalmente por 20 amigos, numa tiragem de 20 exemplares e mais um, que ficou com ele.
Nos anos 80, Millôr Fernandes começou a mostrar ao público, em suas colunas nas revistas Veja e Isto ?/i> e no Jornal do Brasil, a poesia deManoel de Barros. Outros fizeram o mesmo: Fausto Wolff, Antônio Houaiss, entre eles. Os intelectuais iniciaram, através de tanta recomendação, o conhecimento dos poemas que a Editora Civilização Brasileira publicou, em quase a sua totalidade, sob o título de "Gramática expositiva do chão".
Hoje o poeta ?reconhecido nacional e internacionalmente como um dos mais originais do século e mais importantes do Brasil. Guimarães Rosa, que fez a maior revolução na prosa brasileira, comparou os textos de Manoel a um "doce de coco". Foi também comparado a São Francisco de Assis pelo filólogo Antonio Houaiss, "na humildade diante das coisas. (...) Sob a aparência surrealista, a poesia de Manoel de Barros ?de uma enorme racionalidade. Suas visões, oníricas num primeiro instante, logo se revelam muito reais, sem fugir a um substrato ético muito profundo. Tenho por sua obra a mais alta admiração e muito amor." Segundo o escritor João Antônio, a poesia deManoel vai além: "Tem a força de um estampido em surdina. Carrega a alegria do choro." Millôr Fernandes afirmou que a obra do poeta ?"'única, inaugural, apogeu do chão." E Geraldo Carneiro afirma: "Viva Manoel violer d'amores violador da última flor do Laço inculta e bela. Desde Guimarães Rosa a nossa língua não se submete a tamanha instabilidade semântica". Manoel, o tímido Nequinho, se diz encabulado com os elogios que "agradam seu coração".
O poeta foi agraciado com o “Prêmio Orlando Dantas” em 1960, conferido pela Academia Brasileira de Letras ao livro “Compêndio para uso dos pássaros”. Em 1969 recebeu o Prêmio da Fundação Cultural do Distrito Federal pela obra “Gramática expositiva do chão” e, em 1997, o "Livro sobre nada” recebeu o Prêmio Nestl? de âmbito nacional. Em 1998, recebeu o Prêmio Cecília Meireles (literatura/poesia), concedido pelo Ministério da Cultura.
Numa entrevista concedida a Jos? Castello, do jornal "O Estado de São Paulo", em agosto de 1996, ao ser perguntado sobre qual sua rotina de poeta, respondeu:
"Exploro os mistérios irracionais dentro de uma toca que chamo 'lugar de ser inútil'. Exploro h?60 anos esses mistérios. Descubro memórias fósseis. Osso de urubu, etc. Faço escavações. Entro às 7 horas, saio ao meio-dia. Anoto coisas em pequenos cadernos de rascunho. Arrumo versos, frases, desenho bonecos. Leio a Bíblia, dicionários, às vezes percorro séculos para descobrir o primeiro esgar de uma palavra. E gosto de ouvir e ler "Vozes da Origem". Gosto de coisas que começam assim: "Antigamente, o tatu era gente e namorou a mulher de outro homem". Est?no livro "Vozes da Origem", da antropóloga Betty Mindlin. Essas leituras me ajudam a explorar os mistérios irracionais. Não uso computador para escrever. Sou metido. Sempre acho que na ponta de meu lápis tem um nascimento."
Diz que o anonimato foi "por minha culpa mesmo. Sou muito orgulhoso, nunca procurei ninguém, nem freqüentei rodas, nem mandei um bilhete. Uma vez pedi emprego a Carlos Drummond de Andrade no Ministério da Educação e ele anotou o meu nome. Estou esperando at?hoje", conta. Costuma passar dois meses por ano no Rio de Janeiro, ocasião em que vai ao cinema, rev?amigos, l?e escreve livros.
Não perdeu o orgulho, mas a timidez parece cada vez mais diluída. Ri de si mesmo e das glórias que não teve. "Aliás, não tenho mais nada, dei tudo para os filhos. Não sei guiar carro, vivo de mesada, sou um dependente", fala. Os rios começam a dormir pela orla, vaga-lumes driblam a treva. Meu olho ganhou dejetos, vou nascendo do meu vazio, s? narro meus nascimentos."
O diretor Pedro Cezar filma "S?dez por cento ?mentira", um documentário sobre a vida do poeta que dever?ser exibido em abril de 2007. O título do filme refere-se a uma frase de Manoel de Barros: "Noventa por cento do que escrevo ?invenção. S?dez por cento ?mentira".
http://www.releituras.com/manoeldebarros_bio.asp
ZIRALDO
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